Alex Diogo | 25 de abril de 2022
Há alguns meses eu fiz um Post em uma das minhas redes sociais, onde eu apresentei alguns trabalhados de Automação de Processos Robóticos, com o objetivo de mostrar como o RPA pode melhorar significativamente a execução dos nossos processos. E dentre os comentários que eu recebi desse Post, um me chamou muito a atenção porque ele dizia assim:
"Seu futuro profissional acaba ali, você fica desempregado e o robô fará tudo o que você faz"
Embora seja um comentário público, eu ocultei o nome da pessoa, porque o objetivo aqui não é expor a pessoa mas sim a preocupação dela.
A minha mais sincera resposta é: SIM
Sim, devemos ter medo. Mas essa não é a questão principal aqui. A questão principal é: "O que faremos com o nosso medo?"
Não é uma novidade que as máquinas estejam substituindo as pessoas, isso já acontece há séculos. Todas as máquinas que temos hoje, fazem coisas que um dia foram feitas por algum ser humano, desde uma simples "ligação telefônica", que tem esse nome porque uma pessoa literalmente "ligava" o telefone de uma pessoa ao telefone de outra através de cabos, até quando precisamos retirar algum dinheiro e nos dirigimos à um caixa eletrônico 24h, onde no passado precisávamos ir ao banco onde tínhamos a nossa conta.
O que esse passado, e hoje, nos mostra. é que isso vai continuar acontecendo exponencialmente, ignorando o fato de termos medo ou não.
E é por isso que nesse artigo eu quero te mostrar as vantagens que um tipo específico de automação tem para nós que é a Automação de Processos Robóticos.
PS.: Depois voltaremos a falar sobre a importância de termos "medo"
Eu vou listar aqui algumas vantagens, mas confesso que não há como saturarmos essa lista, porque existem vantagens que a gente nem consegue identificar ainda. Mas vamos lá:
Rapidez:
Um dos primeiros processos que eu automatizei na minha vida (usando a tecnologia de RPA), foi de um profissional que precisava copiar dados de uma aplicação, fazer uma analise bastante simples e colar esses dados em outra aplicação. Só que esse processo de "colar" os dados em outra aplicação significava navegar por mais de 5 telas diferentes do sistema, clicar em diversos botões e aguardar o processamento do sistema para concluir a transferência dos dados.
Esse processo consumia, semanalmente, oito horas desse profissional e nem de longe trazia algum valor profissional para ele. Isso porque não exigia nada da capacidade técnica dele. Era um processo que a gente chama de "mal necessário".
Eu desenvolvi a automação daquele processo e o robô fazia todo o processo, de oito horas, em dezesseis minutos. Isso porque pelo menos dez minutos, desses dezesseis, era o tempo em que o robô tinha que aguardar a resposta do sistema quando estava fazendo algum processamento interno.
Qualidade:
O termo qualidade é muito abrangente e abstrato, mas aqui eu quero dar significado de "precisão".
No exemplo que dei no item anterior, onde o robô fazia em 16 minutos o que a pessoa fazia em oito horas, o ganho não foi só do tempo de execução do processo, mas também o fato de que a pessoa, ao longo dessas oito horas, estava sujeita a cometer diversos erros, pois é natural que uma pessoa se canse, que seja chato repetir a mesma coisa o dia inteiro e que acabe se distraindo e consequentemente cometendo erros.
Isso não acontece com um robô, afinal, ele é só um programa de computador que na verdade não faz ideia do que está fazendo, apenas realizando ações para as quais foi programado.
Repetibilidade e Padronização:
Para um robô não importa se um processo deve ser realizado uma vez ou milhares de milhares de vezes. Ele jamais vai esquecer de realizar uma ação ou decidir que tal ação seja ou não importante
Custo:
Essa é uma questão que sempre pesa (na verdade a mais pesada) na decisão da Automação de Processos Robóticos.
Voltando ao exemplo daquele profissional das oito horas, não existe como comparar os custos dele realizando um processo, usando suas oito horas úteis do dia com os custos de um robô realizando a mesma tarefa com Rapidez, Qualidade e Repetibilidade em dezesseis minutos e estando livre para realizar mais milhares de tarefas naquelas sete horas e quarenta e quatro minutos restantes.
Operabilidade:
Nenhum ser humano, seja por força de lei ou força da natureza, pode trabalhar vinte e quatro horas por dia, nos sete dias da semana, nos trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Isso é humanamente impossível.
Mas um robô tem essa capacidade.
Não temos como realizar a mesma ação manual, repetidamente por horas e horas sem que isso acarrete um problema grave de saúde.
Mas um robô tem essa capacidade.
Na verdade "NÃO". Muito pelo contrário.
PS.: Lembre-se que ainda voltaremos a falar sobre a importância de termos "medo"
Já que nós citamos algumas vantagens da Automação de Processos Robóticos, vamos falar das desvantagens também, porque por mais incrível que pareça elas existem
Essa é uma das vantagens da Automação de Processos Robóticos, mas também é uma desvantagem muito potencial.
O fato de um robô fazer uma tarefa muito rápido, significa que se o processo estiver errado, ou algum dado errado, o robô vai realizar o erro milhares de vezes. O que pode ser fatal para uma empresa.
Como o robô está programado para realizar a tarefa de uma determinada maneira, em nenhum momento do seu processamento ele vai cognitivamente suspeitar de que algo não está certo. Ele não vai parar de fazer aquele processo e ir tirar a dúvida com algum colega de trabalho mais experiente. Nada disso, ele vai simplesmente fazer o trabalho.
É claro que não estou pensando aqui em robôs mais complexos que empregam Machine Learning, Computer Vision, etc... Isso é assunto para outro artigo.
Mineração de Processos
Acho que essa pode ser uma das maiores desvantagens da Automação de Processos Robóticos.
A maioria esmagadora das empresas que eu conheço não possuem um mapeamentp de seus processos. Quando possuem 99.99% estão totalmente desatualizados.
Seus sistemas, mesmo os mais críticos, não possuem geração de log de qualidade. Quando muito apenas alguns logs de erros.
Sendo assim, não existe uma maneira assertiva de minerar os processos que podem ser automatizados. Ou melhor que "devem" ser automatizados.
Automatizar processos robóticos nesse cenário tem grande probabilidade de se fazer a automação de um processo que nem deveria existir. Com isso, se emprega esforço em algo que já é inútil sendo realizado poucas vezes por uma pessoa, tornando ele mais inútil ainda sendo realizado centenas de vezes por um robô.
Volatilidade
Os sistemas estão cada vez mais voláteis.
Principalmente com as aplicações Web, não é incomum que uma site seja atualizado mais de uma vez por dia.
Embora que na maioria das vezes sejam atualizações corretivas, muitas delas modificam elementos que são utilizados pelo robô para sua interação com o sistema, gerando assim uma necessidade de monitoramento mais preciso das execuções do robô e também sua constante manutenção.
Para ajudar nessa solução, muitos sistemas de RPA já empregam a Visão Computacional em suas soluções, mas isso não resolve todos os problemas inerentes a volatilidade desses sistemas.
Nisso um ser humano ainda tem uma vantagem bastante considerável em relação ao robô, que é a nossa capacidade cognitiva na forma como nós interagimos com esses sistemas.
Em relação às desvantagens, assim como com as vantagens, a lista é bem maior do que o que eu apresentei aqui, mas acredito que já conseguimos entender os pontos mais importantes.
Então vamos ao "medo" e por que que eu acho ele importante.
Que em relação aos processos, que fazemos de forma manual, nós seremos substituídos por robôs eu não tenho a menor dúvida. Pois já fomos em grande parte sem nem percebermos.
Que devemos ter medo disso, também não tenho dúvidas disso.
Mas o importante aqui é que devemos focar no que nós temos controle:
Temos controle sobre o "sermos substituídos ou não"?
NÃO. Então não tem "por quê" gastar energia com isso, tentando lutar contra os robôs, contra a automação.
Temos controle sobre o que faremos com o nosso medo?
SIM. Então é nisso que a gente precisa focar.
O que você vai fazer com o seu medo é que vai tirar você da posição de alguém que vai ser substituído e te colocar na posição de alguém que não poderá ser substituído.
Na prática, o que eu quero dizer é: Analise seus processos, suas tarefas diárias, e veja se são tarefas que podem ser feitas por um robô.
As que você identificar que podem, se livre delas o mais rápido possível.
Mas como assim me livrar? Automatize-as você mesmo.
Mas o que eu vou ganhar com isso? Tempo para se dedicar a tarefas que um robô (ainda) não pode fazer. Tarefas que tragam resultados para a sua empresa ou seu negócio. Tarefas que exijam mais do seu cérebro e menos dos seus braços. Tarefas que exijam da sua capacidade intelectual e não do Ctrl-C + Ctrl-V.
Por fim, entenda uma coisa, uma das melhores tecnologias, das últimas décadas, que podemos usar ao nosso favor, é a Automação de Processos Robóticos, porque talvez seja a única que tem o potencial de nos livrar de tarefas chatas, repetitivas, tediosas, e nos dar tempo para focarmos em tarefas que realmente nos valorizam como seres humanos.
Ensino profissionais de qualquer área a alcançarem resultados profissionais com Automação de Processos Robóticos.
Alex é um profissional que atua há mais de 20 anos na formação de profissionais de diversas áreas.
Mais de 20 mil profissionais já participaram de seus eventos e formou mais de 4 mil profissionais de RPA.
Tendo sido certificado pela Microsoft como Microsoft Certified Trainer em Desenvolvimento de Sistemas, Sistemas de Redes, Sistemas Operacionais e Colaborativos.
É certificado como Desenvolvedor Avançado de RPA e foi o idealizador dos eventos CONARPA (Congresso Nacional de RPA), Jornada RPA, Maratona RPA, Imersão RPA, Mundo Jornada RPA e a Semana do Desenvolvedor RPA.
Termos de Uso & Compromisso